domingo, 14 de junho de 2015

Atividades com músicas juninas


ESTADO DA BAHIA
SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO          
COLÉGIO WILSON DAMIÃO CRUZ DIAS               ANO ESCOLAR_______
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Disciplina
Língua Portuguesa
Data
 _____/_____/____
Professor
Lenaldo Cruz






INTERPRETAÇÃO
Leia como Luiz Gonzaga se apresenta, em versos de cordel. Em seguida, realize a interpretação das músicas.

Meu nome é Luiz Gonzaga Não sei se sou fraco ou forte, Só sei que graças a Deus, Até pra nascer tive sorte Pois nasci em Pernambuco. O famoso Leão do Norte, Nas terras do Novo Exu Da fazenda Caiçara Em novecentos e doze Viu o mundo minha cara. Dia de Santa Luzia Por isso é que sou Luiz No mês que Cristo nasceu Por isso é que sou feliz.


BAIÃO
Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Eu vou mostrar pra vocês
Como se dança o baião
E quem quiser aprender
É favor prestar atenção

Morena chegue pra cá,
Bem junto ao meu coração
Agora é só me seguir
Pois eu vou dançar o baião

Eu já dancei balanceio
Chamego, samba e xerém
Mas o baião tem um quê,
Que as outras danças não têm

Quem quiser é só dizer,
Pois eu com satisfação
Vou dançar cantando o baião

Eu já cantei no Pará
Toquei sanfona em Belém
Cantei lá no Ceará
E sei o que me convém

Por isso quero afirmar
Com toda convicção
Que sou doido pelo baião

  
ASA BRANCA
Luiz Gonzaga – Humberto Teixeira

Quando oiei a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu preguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Intonce eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão

Quando o verde dos teus óio
Se espanhar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu,
Meu coração


A VOLTA DA ASA BRANCA
Luiz Gonzaga e Zé Dantas

Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão

Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da prantação

A seca fez
Eu desertar da minha terra
Mas felizmente
Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador

Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza

Sentindo a chuva
Eu me arrescordo de Rosinha
A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não atrapaiá meus pranos
Que que há, o seu vigário
Vou casar no fim do ano.



INTERPRETAÇÃO

Vamos fazer um estudo da letra da música “Baião”.
1 – O eu lírico nos avisa que vai mostrar como se dança o baião. Identifique os versos em que isso ocorre e reescreva-os abaixo.
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2 – Releia a terceira estrofe e responda às questões propostas.
“Eu já dancei balanceio
Chamego, samba e xerém
Mas o baião tem um quê,
Que as outras danças não têm”

a) Qual o sentido da expressão “um quê”, destacada no terceiro verso?
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b) O termo destacado “mas” estabelece a oposição entre o baião e as outras danças. Em que consiste esta oposição?
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c) Qual(is) verso(s) desta estrofe expressa(m) a opinião do eu lírico a respeito do baião?
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A música “Asa Branca”, lançada em 1947, tornou-se símbolo da lamentação do sertanejo que sofre com a falta de chuva.

3 - Observe que, ao reproduzir o falar típico da região, houve mudanças na grafia de algumas palavras. Encontre-as e reescreva da forma correta.

4 – Na primeira estrofe, o eu lírico estabelece uma comparação entre a “terra ardendo” e a “fogueira” de São
João”. Que vocábulo foi utilizado para estabelecer esta comparação?

5 - Várias aves têm o seu habitat na região Nordeste. A asa branca, uma espécie de pombo brasileiro, está associada, na canção, ao período de seca e ao processo migratório do sertanejo. Explique como se dá esta associação. Retire o(s) verso(s) que comprove(m) sua resposta

Foi com Zé Dantas que Luiz Gonzaga compôs “A Volta da Asa Branca”.

6 - Retire da letra da música os versos que
a) apresentam o motivo pelo qual o eu lírico saiu de sua terra.
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b) caracterizam os habitantes do sertão.
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7 - Justifique a utilização do adjetivo “sofredor” atribuído pelo eu lírico ao sertão, no verso “Pr’esse sertão sofredor”.

8 - Sublinhe, no texto, o(s) verso(s) em que o eu lírico expressa a(s) condição(ões) para que o seu casamento se dê no final do ano.

9 - Em “Asa Branca”, o questionamento do eu lírico “Por que tamanha judiação”, reforça o sentido da penitência a que o sertanejo é submetido, pela falta de água. Em “A volta da Asa Branca”, qual a relação da religiosidade com a ocorrência da seca?



Interpretação da música Saga de um vaqueiro

1º A letra da canção descreve a história de um amor vivido por um vaqueiro. Em que momento, acontece sua maior desilusão? Por que isso acontece? Justifique com uma passagem do texto.

2º A história é narrada em qual pessoa do discurso? Indique uma passagem do texto que confirma sua resposta.

3º Qual era a grande paixão da personagem principal? Justifique

4º Qual o significado da expressão: “voltei em um galope, saí cortando o vento, como se procura uma novilha no relento?”

5º Em que circunstância aconteceu o encontro entre pai e filho?


6º Que fato antecedeu a entrada do vaqueiro na pista que o fez perder a concentração? As impressões do vaqueiro se confirmaram? Por quê?

A Saga de Um Vaqueiro

Vou pedir licença pra contar a minha história...
Como um vaqueiro tem suas perdas e suas glórias...
Mesmo sendo forte, o coração é um menino...
Que ama e chora por dentro, e segue o seu destino,
Desde cedo assumi minha paixão,
De ser vaqueiro, de ser um campeão,
Nas vaquejadas sempre fui batalhador,
Consegui respeito por ser um vencedor...

Da arquibancada uma morena me aplaudia,
Seus cabelos longos, olhos negros, sorria,
Perdi um boi naquele dia lá na pista,

mas um grande amor surgia em minha vida...
Naquele dia começou o meu dilema,
Apaixonado por aquela morena,
Cada boi que eu derrubava, ela aplaudia
E eu, todo prosa, sorria...
Então começamos um namoro apaixonado,
Ela vivia na garupa do meu cavalo,
Meus planos já estavam, traçados em meu coração,
De tê-la como esposa ao pedir a sua mão,
Que tristeza abalou meu coração,
Quando seu pai negou-me sua mão,
Desprezou-me, por eu ser um vaqueiro,
Pra sua filha só queria um fazendeiro,

A gente se encontrava, sempre às escondidas,
E vivia aquele amor, proibido,
Cada novo encontro era sempre perigoso,
Mas o nosso amor era tão gostoso,
Decidimos então fugir, pra outras vaquejadas,
Queríamos seguir,
Marcamos um lugar, pra gente se encontrar,
Mas na hora marcada ela não estava lá,
Voltei em um galope,
Saí cortando vento,
Como se procura uma novilha, num relento,
E tudo em mim chorava por dentro...
E tudo em mim chorava por dentro...

Vieram me contar, que mandaram ela pra longe,
Onde o vento se esconde, e o som do berrante se desfaz
E um fruto do nosso amor,
Ela estava a esperar...
Fiquei desesperado, por tamanha maldade,
Pensei fazer desgraça, mas me controlei,
E saí pelo mundo, um vaqueiro magoado,
Só por que um dia eu amei...

Passaram muitos anos, e eu pelo mundo,
De vaquejada, em vaquejada, sempre a viajar,
Era um grande vaqueiro, mais meu coração, continuava a penar...

Um dia eu fui convidado, pra uma vaquejada,
Naquela região...
Pensei em não voltar lá, mas um bom vaqueiro,
Nunca pode vacilar,
Nunca mais soube de nada, do que lá acontecia,
Eu fugia da minha dor, e da minha agonia,
Ser sempre campeão, era a minha alegria,

Depois de dezessete anos, preparei-me pra voltar,
Como um campeão,
Queria aquele prêmio pra lavar meu coração,
Mas sabia que por lá, existia um vaqueirão,

Começou a vaquejada em uma disputa acirrada,
Eu botava o boi no chão, ele também botava,
Eu entrei na festa,
E ele lá estava,
Eu fiquei impressionado, como ele era valente,
Tão jovem e tão forte, e tão insistente,
Eu derrubava o boi,
E ele sempre a minha frente,
Chegava o grande momento, de pegar o primeiro lugar,
Os bois eram os mais fortes, ele não iria derrubar,
E sorri comigo mesmo "desta vez eu vou ganhar"...
Quando me preparava, para entrar na pista,
Quando olhei de lado, quase escureci a vista,
Quando vi uma mulher,
Aquela que foi a minha vida,
Segurei no meu cavalo, para não cair,
Tremi, fiquei nervoso, quando eu a vi,
Enxugando e abraçando,
O vaqueiro bem ali,

Entrei na pista como um louco,
o batisteira a percebeu,
Andei foi longe do boi,
"Há isso nunca aconteceu!"
O Vaqueiro entrou na pista, e eu fiquei a observar,
Ela acenava, ela aplaudia,
E ele, o boi a derrubar,
Derrubou o boi na faixa,
Ganhou o primeiro lugar...

Fiquei desconsolado, envergonhado eu fiquei,
Perdi o grande prêmio,
Isso até eu nem liguei,
Mas perder aquele amor,
Há eu não me conformei,

Ela veio sorridente, em minha direção,
E trouxe o vaqueiro, pegado em sua mão,
Olhou-me nos meus olhos, e falou com atenção:
"Esse é o nosso filho, que você não conheceu,
Sempre quis ser um vaqueiro, como você, um campeão,
E pela primeira vez, quer a sua benção..."

"Eu chorava, de feliz,
Abraçado, com meu filho,
Um vaqueiro, como eu, eu nunca tinha visto,
Posso confessar, que o maior prêmio,
Deus me deu..."