quarta-feira, 3 de agosto de 2011

HISTÓRIA DE SÁTIRO DIAS: TUDO COMEÇOU ASSIM...

O município de Sátiro Dias,
situado a 165 quilômetros de
Salvador teve sua emancipação
política decretada pela Lei n.º
1032, em 14 de agosto de1955.


História
  
Junco
 
Arraial do Junco, primeiro nome do lugar, batizado pelos inhambupenses desde o início do povoamento, em 1884, foi dessublimado de sua áurea poética no dia 23 de junho de 1927, quando o governador Francisco Marques de Góes Calmon sancionou a Lei 1923, elevando o arraial do Junco á condição de 4º distrito de Inhambupe, com o nome de Sátiro Dias, à revelia do seu povo, haja vista nenhum dos entrevistados se lembrar desse topônimo antes da emancipação, em 14 de agosto de 1958, quando o deputado estadual, de nome João C. Tourinho Dantas, bisneto de Cícero D. Martins, o Barão de Jeremoabo, conseguiu aprovar a Lei n° 1.032, homologada no mesmo dia pelo governador Antonio Balbino e publicada no Diário Oficial do Estado no dia seguinte, que tratava da emancipação do 4º distrito de Inhambupe e a criação de um novo município, com o mesmo nome.
A Gênese
 
João José da Cruz era um mestiço, filho do português Roque Gonçalves com uma índia, e administrava uma das fazendas do seu pai, a Fazenda Cruz, na região de Nossa Senhora do Bom Conselho dos Montes do Boqueirão.
Por volta de 1850, a fazenda Cruz foi vendida para o Comendador João Dantas dos Reis, pai do futuro Barão de Jeremoabo, dono das terras que se estendiam de Itapicuru ao estado de Sergipe. Em uma das suas andanças na condução de gado para Feira de Santana, João José da Cruz conheceu o Conselheiro Dantas, político, dono do engenho Itapororocas, parente e protegido do Barão de Rio Real, e também parente e adversário político do Comendador João Dantas dos Reis.
Tendo recebido as terras da Fazenda Junco de Fora como doação do Visconde da Torre, o Conselheiro Dantas não tinha tempo para administrá-las, convidando, assim, João José da Cruz para ser administrador da Fazenda Junco de Fora, o que foi aceito. Anos depois, com a decadência do engenho e ascendência política, o Conselheiro colocou as terras da Fazenda Junco de Fora à venda e o seu administrador juntou suas economias, formou um consórcio com os seus irmãos, filhos e parentes e comprou a maior parte das terras, desmembrando-a, posteriormente, em várias fazendas, na proporção da cota dos consorciados.
Manoel José da Cruz, casado com a filha de um português abastado, recebeu um bom dote de casamento, como era costume na época, e pôde comprar mais terras. Considere-se que eram terras devolutas, com pouco ou nenhum beneficiamento, sem meios de escoamento da produção e por isso não tinham o valor de mercado que têm hoje.
As sedes das fazendas eram casebres de taipa, cobertura de pindoba e piso de chão batido. Assim surgiram as fazendas Caatinga, Pau-de-Bode, Pilão, Caiçara, Jurema, Tocaia e a Baixa Funda, de Paulo Vieira de Andrade. A outra parte foi vendida a Francisco Pereira da Rocha, proprietário da Fazenda Jacu, também em Inhambupe, parente do Conselheiro Dantas, que desmembrou em várias outras fazendas, entre elas, a Covas e a Jibóia.
 
Nasce um Arraial
De 1877 a 1879 houve uma terrível seca que assolou o Nordeste e causou grande destruição e a morte de 220 mil pessoas. Manoel José da Cruz, filho de João José da Cruz, conhecido como Manezinho dos Pilões, foi o primeiro a sentir os efeitos da seca de 77. Quando o sol esquentou e a água rareou na Fazenda Pilões, teve a idéia de procurar abrigo às margens da Lagoa das Pombas.
Capinou o lajedo existente onde hoje é a praça Juracy Magalhães Júnior e construiu sua casa, um pouco distante das enchentes, mas perto da água lagunar. O seu filho Manoel da Cruz, conhecido como Mané Moço, seguiu o seu exemplo e construiu ao lado. Com o prolongamento da estiagem, outros filhos foram obrigados a buscar abrigo à sombra das árvores que margeavam a lagoa, formando um aglomerado de três a quatro casas. Eram construções rudimentares, toscas, de taipa, cobertura de pindoba, feitas, provisoriamente, para o abrigo da estiagem.
No ano de 1884, Manoel subiu no morro mais próximo, olhou para as quatro casas erguidas na planície e fincou uma cruz, invocando a guarda e a proteção divina para o seu povo.
Construiu também uma casa de orações, ao lado da cruz, convidou o Cônego Maximiano Febrônio Esmeraldo, da paróquia de Inhambupe, para fazer suas pregações e rezar as orações penitenciais no local, e o povo passou a chamar o lugar de Cruz da Boa Vista, pela visão panorâmica que oferecia. As famílias dos fazendeiros locais, se deslocaram de suas fazendas para ouvir as palavras bíblicas proferidas pelo Cônego, surgindo a necessidade de se construir mais casas, para abrigo e descanso das famílias, e até mesmo para reunião social entre eles, nos intervalos das orações.
O povoado começou a crescer, com o estabelecimento de famílias, vindas de outros cantos e recantos para se refestelar às margens da Lagoa das Pombas e ouvir as pregações do Cônego Maximiano. Data desse ano, 1884, o início da construção do povoado, assim como o seu 1° nome oficial.
Texto extraído do livro Arraial do Junco de Ronaldo Torres

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O DESPERTAR DE UMA FORMIGA

Quem dera se nós professores fôssemos tão unidos quanto as formigas. Vivemos isolados como se não tivéssemos contato com o mundo exterior.
Muitas vezes pregamos em sala de aula aquilo que nem nos mesmos acreditamos.
Ideologias, utopias, meras falácias fazem parte de nosso cotidiano. Quanto mais estudamos mais individualistas ficamos. Por que será? A resposta está resumida em uma única palavra “SOBREVIVÊNCIA”.Como um professor irá valorizar a sua classe, se no dia a dia ele percebe que ser comerciante ou qualquer outra profissão é bem mais vantajoso que ser multiplicador do saber! De que maneira ele irá interagir com o outro se os governantes os ignoram?
Não se muda uma sociedade, se não houver educação! Estou cansado de ouvir essa frase, CHEEEEEEGA de colocar essa responsabilidade apenas nos profissionais da educação. Cada um tem uma parcela de responsabilidade, nós somos apenas a ponta do Iceberg. Muitas vezes aceitamos essa carga, acreditando que assim a sociedade irá valorizar a nossa profissão! Mero engodo! Somos sim coadjuvantes de um processo de transformação social, mas educar e transformar uma sociedade vai muito, além disso. Custa caro, muito caro, e os poderes que comandam a nossa nação não querem investir neste campo, pois, quanto mais há pessoas sem informações, mais tempo eles permanecerão no poder.
Somos professores sim com muito orgulho! Mas sozinhos não mudaremos o mundo!
A educação precisa ser transformada em um “formigueiro” formado não só de professores, mas de pessoas dos mais variados setores da sociedade.
Não será um mero comercial de TV de valorização do professor que irá fazer de dessa profissão a mais promissora de todas o que deveria acontecer, mas sim, as nossas ações diárias em sala de aula e as parecerias que firmarmos com a comunidade e os demais segmentos da sociedade.

Qual a sua visão sobre esse assunto?
  



segunda-feira, 13 de junho de 2011

EMÍLIA FERREIRO E ANA TEBEROSKY

Emília Ferreiro, Argentina radicada no México, estudou na Suíça, doutorando-se na Universidade de Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget, cujo trabalho de epistemologia genética (grau de certeza do conhecimento científico) foi desenvolvido numa teoria centrada no desenvolvimento natural da criança, sua aprendizagem e a construção do conhecimento.
As teorias de Emília Ferreiro foram desenvolvidas em conjunto com Ana Teberosky, pedagoga espanhola. Juntas, produziram um efeito revolucionário nas propostas de superação das dificuldades enfrentadas por crianças em geral, principalmente aquelas que apresentam problemas de aprendizagem.
Assim como Rousseau e Maria Montessori, Emília Ferreiro evita a tese do adultocentrismo, pelo qual a criança era vista como um adulto em miniatura. Ela acredita que a criança é um ser diferente, uma personalidade incompleta que luta para realizar suas possibilidades, embora não esteja consciente do resultado final.
Primeiramente, se a invenção da escrita alfabética resultou de um processo histórico que envolveu a humanidade por longo tempo, isso nos faz reconhecer como é difícil para a criança perceber com rapidez a natureza da escrita.
Alguns educadores explicam as dificuldades e insucessos da alfabetização pela ineficiência dos próprios mestres, dos métodos ou do próprio material didático. Emília Ferreiro desloca a questão para outro campo, afirmando que a aprendizagem ou alfabetização não é provocada pelo próprio mestre, por suas propostas ou métodos, mas sim, propriamente das crianças que associam sua bagagem de conhecimentos adquiridos a priori, antes de chegar à escola, com aquilo que esta sendo ensinado, resultando assim a construção do conhecimento por sequência de hipóteses, definido em quatro etapas, a seguir descritas, até que esteja alfabetizada:
Nível 1: Pré-silábico:
A criança:
ü  não estabelece vinculo entre fala e escrita;
ü  demonstra intenção de escrever através de traçado linear com formas diferentes;
ü  usa letras do próprio nome ou letras e números d\na mesma palavra;
ü  caracteriza uma palavra como letra inicial;
ü  tem leitura global, individual e instável do que escreve: só ela sabe o que quis escrever;
 Nível 2: Intermediário Silábico;
A criança:
ü  começa ater consciência de que existe alguma relação entre pronuncia e a escrita;
ü  começa a desvincular a escrita das imagens e os números das letras;
ü  conserva as hipóteses da quantidade mínima e da variedade de caracteres. 
Nível 3: Hipótese Silábico;
A criança:
ü  Já supõe que a escrita representa a fala;
ü  Tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às letras;
ü  Já supõe que a menor unidade de língua seja a sílaba;
ü  Em frases, pode escrever uma letra para cada palavra. 
Nível 4: Hipótese Silábico-Alfabético ou Intermediário II;
A criança:
ü  Inicia a superação da hipótese silábica;
ü  Compreende que a escrita representa o som da fala;
ü  Passa a fazer uma leitura termo a termo; (não global)
ü  Consegue combinar vogais e consoantes numa mesma palavra, numa
tentativa de combinar sons, sem tornar, ainda, sua escrita socializável. Por exemplo,
CAL para cavalo
 Nível 5: Hipótese alfabético:
A criança:
ü  Compreende que a escrita tem função social;
ü  Compreende o modo de construção do código da escrita;
ü  Omite letras quando mistura as hipóteses alfabética e silábicas;
ü  Não tem problemas de escrita no que se refere a conceito;
ü  Não e ortográfica e nem léxica.
A caracterização de cada nível não é estanque, podendo a criança estar numa determinada hipótese e mesclar conceitos do nível anterior. Tal “regressão temporária” demonstra que sua hipótese ainda não está adequada a seus conceitos.
A alfabetização não é mais vista como sendo o ensino de um sistema gráfico que equivale a sons. Um aspecto que tem que ser considerado nessa nova perspectiva é que a relação da escrita com a oralidade não é uma relação de dependência da primeira com a segunda, mas é antes uma relação de interdependência, isto é, ambos os sistemas de representação influenciam-se igualmente.
Ferreiro e Teberosky (1999) apresentaram a descrição da psicogênese da língua escrita, evitando qualquer sugestão metodológica, deixando essa tarefa a cargo dos especialistas em alfabetização. Assim, para os alfabetizadores brasileiros, as décadas de 80 e 90 do século XX foram marcadas por um desafio duplo: a apropriação desse legado teórico construtivista e a transposição desses princípios teóricos para a prática alfabetizadora.
Emília Ferreiro não criou um método de alfabetização, como ouvimos muitas escolas erroneamente declarar, e sim, procurou observar como se realiza a construção da linguagem escrita na criança.
Os resultados de suas pesquisas permitem que, conhecendo a maneira com que a criança concebe o processo de escrita, as teorias pedagógicas e metodológicas, nos apontem caminhos, para evitar os erros mais frequentes daqueles que alfabetizam, desmistificando certos mitos vigentes em nossas escolas.
Segundo Emília Ferreiro e Ana Teberosky, a grande maioria das crianças, na faixa dos seis anos, faz corretamente a distinção entre texto e desenho, sabendo que o que se pode ler é aquilo que contém letras, embora algumas ainda persistam na hipótese de que tanto se podem ler as letras quanto os desenhos. É bastante significativo que estas crianças pertençam às classes sociais mais pobres que por isso acabam tendo um menor contato com material escrito.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

HIPÓTESES DE ALFABETIZAÇÃO SEGUNDO EMÍLIA FERREIRO E ANA TEBEROSKY

A caracterização de cada nível não e determinante, podendo a criança estar em um nível ainda com características do nível anterior. Essas situações são mais frequentes nos níveis Intermediários I e II, onde frequentemente podemos nos deparar com contradições na conduta da criança e nos quais se percebe a perda de estabilidade do nível anterior e a não estabilidade no nível seguinte, evidenciando o conflito cognitivo.
Nível 1: Hipótese Pré-Silábica
A criança:
- não estabelece vinculo entre fala e escrita;
- demonstra intenção de escrever através de traçado linear com formas diferentes;
- usa letras do próprio nome ou letras e números d\na mesma palavra;
- caracteriza uma palavra como letra inicial;
- tem leitura global, individual e instável do que escreve: só ela sabe o que quis escrever;



Nível 2: Intermediário I

A criança:
- começa ater consciência de que existe alguma relação entre pronuncia e a escrita;
- começa a desvincular a escrita das imagens e os números das letras;
- conserva as hipóteses da quantidade mínima e da variedade de caracteres. 
Nível 3: Hipótese Silábica
A criança:
- já supõe que a escrita representa a fala
- tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às letras;
- já supõe que a menor unidade de língua seja a sílaba;
- em frases, pode escrever uma letra para cada palavra.
Nível 4: Hipótese Silábico-Alfabética ou Intermediário II
A criança:
- inicia a superação da hipótese silábica;
- compreende que a escrita representa o som da fala;
- passa a fazer uma leitura termo a termo; (não global)
- consegue combinar vogais e consoantes numa mesma palavra, numa tentativa de combinar sons, sem tornar, ainda, sua escrita socializável. Por exemplo, CAL para cavalo.


Nível 5: Hipótese alfabética

A criança:
- compreende que a escrita tem função social;
- compreende o modo de construção do código da escrita;
- omite letras quando mistura as hipóteses alfabética e silábica;
- não tem problemas de escrita no que se refere a conceito;

SUGESTÕES DE ATIVIDADES JUNINAS PARA TRABALHAR EM SALA DE AULA